sexta-feira, 25 de maio de 2012

Espelho, espelho meu

Percebi algumas pessoas incomodadas com Espelho, espelho meu. De início, também fiquei com uma pulga atrás da orelha. Imaginei que o filme seria muito melado, ou que seguiria o mesmo molde do inúmeros filmes que tentaram imitar Branca de Neve. Mas confesso que tive uma grata surpresa. Não, o filme não é fantástico. Está longe disso. Mas cumpre muito bem o seu papel e garante boas doses de entretenimento para todos os públicos.

É uma desconstrução muito divertida do clássico Branca de Neve, e como desconstrução, a não ser pelos elementos básicos (o príncipe, a rainha/bruxa malvada, a princesa mocinha, os anões - bem diferentes, diga-se de passagem, o espelho), todo o resto é diferente. A história é explicada do ponto de vista da rainha malvada. Só isso já dá uma narrativa completamente diferente ao filme. E a história não se prende a detalhes. É curta e grossa. Independente de ser o que o espectado quer ver ou não.

Toda a fantasia do roteiro original foi deixada de lado. Em Espelho, espelho meu, a realidade é muito mais crua, e até cruel. O roteiro tenta forçar algumas passagens mais engraçadas. Tem sucesso em algumas delas, em outras nem tanto. Mas nada que faça o filme perder totalmente o seu contexto. A parte visual do filme é bem diferente, com cores fortes e sobressaltadas, sempre com a intenção de dar destaque a certos detalhes da cena. Algumas cenas foram feitas para o mercado 3D. O momento em que a rainha entra no espelho, com certeza é um deles.

Julia Roberts e Lily Collins tomam conta da trama. Uma como rainha má, e outra como a princesa do bem. Não dão muito espaço aos demais personagens. Mas também não acho que isso seja um problema. Cada uma, ao seu estilo, tenta valorizar um pouquinho mais o filme. Julia Roberts parece bem solta em seu papel, se divertindo bastante, a invés de super valorizar seu personagem.

O filme conta que era uma vez uma bela princesa chamada Branca de Neve (Lily Collins). Tudo ia bem até sua madrasta, a Rainha Má (Julia Roberts), assumir o controle do Reino Encantado. A Rainha Má precisa casar com o rico Príncipe (Armie Hammer) para salvar seu reino que está indo à falência. Mas o Príncipe está apaixonado por Branca de Neve e, para conquistá-lo, a Rainha expulsa Branca de Neve para a floresta, onde ela terá a ajuda de divertidos anões para lutar e reconquistar seu trono, além de recuperar o amor de sua vida.


Entendo que algumas mudanças podem ser encaradas como negativas, mas é muito divertido observar uma reformulação da história como nesse caso. A história perde seu encanto como conto de fadas, mais voltada ao público infantil, no entanto recebe uma energia nova, e tenta alcançar um público mais maduro. Embora use elementos e nomes conhecidos, como Branca de Neve e os próprios 7 anões, o filme conta uma nova história, ou recicla a antiga. Não se trata de uma produção impecável, mas é uma filme que garante bom entretenimento. Atuações leves e desapegadas. Efeitos visuais bastante interessantes. E, por fim, uma história que não se prende ao clássico. Boa pedida para a sessão de vídeo em família. A única sugestão talvez seja a de assistir ao filme sem a exigência de compará-lo ao clássico do desenho Disney. É uma tarefa difícil, mas com certeza permitirá que você enxergue mais diversão ao invés de criticar as diferenças.
FICHA TÉCNICA

Diretor: Tarsem Singh
Elenco: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Sean Bean, Nathan Lane, Mare Winningham, Michael Lerner, Robert Emms, Martin Klebba
Produção: Bernie Goldmann, Ryan Kavanaugh, Brett Ratner
Roteiro: Melissa Wallack, Jason Keller
Fotografia: Brendan Galvin
Trilha Sonora: Alan Menken
Duração: 106 min.
Ano: 2012
País: EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Relativity Media / Rat Entertainment / Citizen Snow Film Productions
Classificação: Livre

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