terça-feira, 28 de maio de 2013

TV paga brasileira terá três gigantes americanas


Três grandes empresas americanas de TV por assinatura pretendem aportar no Brasil em breve.

São elas: as programadoras Liberty Global e Scripps Networks Interactive e a operadora Dish.

A mais adiantada na operação é a americana Scripps, especializada em conteúdo sobre estilo de vida (decoração, gastronomia, turismo). A programadora tem no seu portfólio canais famosos de culinária e pretende chegar com força à América Latina.

O escritório central da programadora, que funcionará em São Paulo, já está sendo montado.

Outra empresa que já tem orçamento pronto para entrar no Brasil é a Liberty Global.

Presente em 13 países, a programadora americana possui cerca de 20 milhões de assinantes. Entre os seus canais famosos estão o MGM Channel e o Cosmopolitan.

Há anos a Liberty namora o Brasil, mas só agora iniciou conversas com operadoras de TV paga.

Outra gigante que está de malas prontas é a Dish Network. Em 2011, a operadora venceu leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para lançar um satélite em espaço brasileiro.

Após tentar fechar uma parceira com a Oi TV, a Dish resolveu entrar sozinha no país e deve iniciar suas operações até 2016.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Eficácia do benefício é no mínimo discutível

O amplo apoio à meia-entrada entre os paulistanos expressa a consagração, talvez irrefletida, de uma instituição cuja legitimidade provém da ideia de que a sociedade deve facilitar e estimular o acesso de estudantes a bens culturais.

Tratando-se de jovens, em geral fora do mercado de trabalho (e portanto "duros"), o ingresso reduzido diminuiria a barreira financeira que poderia privá-los do consumo de cultura. Essa lógica bem-intencionada tem sido questionada pelos fatos.

Segundo produtores da área, a presença de estudantes verdadeiros ou falsificados nas bilheterias chegaria em média a 60%, nos cinemas, e alcançaria até 95% em festivais de música pop.

Como o poder público impõe um subsídio mas não o banca, a consequência econômica é a elevação do preço dos ingressos para compensar a perda. Aparentemente, todos pagam mais, embora o não estudante pague ainda mais para financiar a generalização da suposta meia-entrada.

Agora, propõe-se uma cota de 40% para o ingresso com desconto, o que, em tese, permitiria uma redução de até 35% nos valores. Não há nenhuma garantia de que isso vá acontecer.

O instituto da meia-entrada data da década de 1940, quando a população estava na casa dos 50 milhões -- mais ou menos a quantidade de estudantes que existe hoje no país (cerca de 57 milhões). Naquela época, não havia TV, muito menos DVD, internet ou YouTube.

Com o tempo, a meia- entrada passou mais e mais a ser defendida como "conquista política" -agenciada por entidades, como a Une (União Nacional dos Estudantes), que usam a vantagem para angariar apoio e recursos.

É no mínimo discutível a eficácia distributiva do benefício. O termo estudante define uma coletividade, mas encobre a diversidade socioeconômica de seus indivíduos. Tem estudante rico, classe média e pobre, embora todos usufruam o mesmo privilégio.

É também claro que boa parte das atividades a que o estudante tem acesso subsidiado seria melhor definida como lazer ou diversão do que como cultura.

Que diferença faz, afinal, do ponto de vista do enriquecimento da formação estudantil, pagar menos para assistir a um show do Cake ao vivo ou ver de graça um clipe da banda na TV?

Em 06/05/2013, por Marcos Augusto Gonçalves, para o jornal Folha de São Paulo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Maioria dos paulistanos erra ao defender a armadilha cognitiva da meia-entrada

Entre 91% e 96% dos paulistanos defendem a meia-entrada, segundo o Datafolha. Esta não é a primeira nem a última vez em que uma substancial maioria se põe de acordo em relação a um tema e ela está objetivamente errada.

Na verdade, o fenômeno é tão rotineiro que o economista ultraliberal e bem-humorado militante libertário Bryan Caplan escreveu um livro, "The Myth of the Rational Voter" (o mito do eleitor racional, em tradução livre), para mostrar que o problema das democracias é que elas dão aos cidadãos exatamente o que eles pedem -e o que eles pedem é muitas vezes algo que os prejudica.

Isso ocorre porque eleitores de Estados democráticos, como todos os seres humanos, vêm de fábrica com uma série de preferências e vieses que os impelem a escolhas ruins.

Nesse contexto, a meia-entrada desponta como uma armadilha cognitiva quase irresistível. Pelo que parece ser um custo irrisório, temos a chance de promover a cultura, investir na formação dos jovens e, de quebra, ainda prestar reconhecimento aos mais velhos. Tudo isso fazendo justiça social. Descrito dessa forma, fica mesmo difícil opor-se ao mecanismo.

Para os que não acreditamos em mágica, porém, a meia-entrada representa um subsídio cruzado de resultados particularmente duvidosos. No caso dos idosos, as tabelas do IBGE mostram que as pessoas com mais de 60 anos têm renda média superior às faixas mais jovens.

Isso significa que subsidiá-los implica concentrar renda e não distribuí-la como parecia ser o objetivo.
No que diz respeito aos estudantes, o quadro é mais confuso. O desconto aqui pode beneficiar tanto ricos quanto pobres.

Mas, como observou o economista César Mattos num belo artigo sobre a meia-entrada publicado no site do Instituto Braudel, os grupos de maior renda tendem a passar mais tempo nas escolas e universidades, extraindo assim uma fatia maior da prebenda. Robin Hood às avessas ataca mais uma vez.

O resultado líquido da meia, assim, se contabiliza na forma de muitas ilusões e uma importante distorção na política de preços.

Minha modesta sugestão para resolver o problema é estender o benefício para toda a população. Pagando todos a metade do dobro, conseguimos preservar, a um só tempo, as fantasias de bom-mocismo e a realidade tarifária.

Em 06/05/2013, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de São Paulo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Só 1/4 acha que ingresso será mais barato

Os ingressos de espetáculos em São Paulo são considerados caros ou muito caros por 68% dos paulistanos ouvidos pelo Datafolha. E só um quarto deles acredita que os preços dos bilhetes irão cair caso um dos projetos em lei atualmente no Congresso venha a ser aprovado.

Entre os entrevistados na pesquisa, 35% acreditam que as leis que limitam em 40% a meia-entrada nas bilheterias de eventos culturais e esportivos não trarão mudanças nos valores os ingressos.
Outros 34%, mais da metade deles hoje tem carteira de estudante, opinam que as entradas para essas atividades ficarão ainda mais caras.

Produtores culturais e empresários ouvidos em recentes reportagens da Folha sobre a meia-entrada declararam que o atual preço dos ingressos é inflacionado por conta do excesso de vendas com descontos.

O preço de um ingresso diário para o festival Rock in Rio, por exemplo, custava em 2001 o que seria equivalente hoje a R$ 92 (valores atuais), e sai por R$ 260 para a edição de 2013, Marcada para setembro. "Hoje se pratica 'um preço falso'", declarou o ator Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores Teatrais Independentes.

CULTURA DE SP EM NÚMEROS

"Se quero ter um tíquete médio de R$ 100 no meu bolso, cobro do consumidor R$ 200 porque sei que praticamente todos do público são estudantes", diz Leo Ganem, presidente da Geo Eventos.
Evaristo Martins de Azevedo, ex-presidente da comissão de Direito às Artes da OAB-SP, teme que, com essas novas regras, os consumidores fiquem reféns da suposta transparência de bilheteiros.

"O público pode ficar sem saber se o limite de meias-entradas foi realmente atingido. Além disso, não se pode restringir os direitos do idoso à meia-entrada e eu acho dificílimo que os preços caiam em razão desse limite."

Para alguns entrevistados, o alto índice de ingressos vendidos com desconto é incrementado pela falsificação de carteiras de estudantes.

Apenas 3% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que já usaram um documento falsificado, com maior incidência entre aqueles que declaram ter ensino superior e renda familiar acima de 10 salários mínimos.

Quando a questão é "alguém com quem você convive ou tem amizade já usou carteira de estudante falsificada para pagar meia-entrada" a resposta positiva sobe para 15% dos entrevistados.

A falsificação do documento é considerada "moralmente errada" pela maioria absoluta (93%) dos entrevistados, sendo que 3% não consideram esta uma questão moral e outros 3% defendem que o ato é aceitável.

Em 06/05/2013, por Cassiano Elek Machado, para o jornal Folha de São Paulo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

91% dos paulistanos são favoráveis à meia-entrada

A população paulistana aprova a meia-entrada para estudantes, mas está dividida com relação aos projetos de lei atualmente no Congresso que limitam o número de ingressos que pode ser vendido com o desconto.

Essas são duas das conclusões principais de pesquisa Datafolha realizada na última sexta na capital paulista.

Foram ouvidas 600 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.

A expressiva maioria dos entrevistados defende a manutenção do benefício. Para 91% deles, os estudantes devem ter o direito de pagar meia em cinemas, teatros, shows e outras atividades.

A taxa de aprovação sobe para 96% quando o desconto diz respeito ao conjunto dos maiores de 60 anos.

O consenso sai de cena, no entanto, quando o assunto são as mudanças na legislação que regulamenta o benefício.

O Senado aprovou em abril o Estatuto da Juventude, que estabelece cota de pelo menos 40% de ingressos vendidos como meia-entrada. Hoje, toda a bilheteria de um evento pode ser comercializada com o desconto.

A limitação do número de meias-entradas agrada a 51% dos entrevistados, enquanto 40% se declaram contrários à restrição da meia-entrada.

O projeto, que ainda precisa ser aprovado na Câmara, atende a reivindicações de produtores culturais, que culpam o excesso de vendas de entradas com o desconto pela alta do preço geral dos ingressos de espetáculos.

Além do Estatuto da Juventude, outro projeto similar também tramita na Câmara -foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

O texto inclui as pessoas com mais de 60 anos, já beneficiadas com a meia-entrada, na cota de 40% de ingressos com desconto. Diferentemente do Estatuto da Juventude, o projeto estabelece exclusividade de emissão de carteiras a certas entidades estudantis.



Em 06/05/2013, no jornal Folha de São Paulo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Um em cada 10 assinantes da TV paga faz pirataria de canal premium



Ao menos 10% dos cerca de 17 milhões de assinantes da TV paga no Brasil em todas as modalidades usa um aparelho "decoder" pirata com o objetivo de ter acesso a mais canais do que paga em seu pacote com a operadora.

A constatação é da ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura). A "pirataria" se faz por meio de equipamentos que são instalados na casa dos assinantes, em conexões legalizadas.

Em outras palavras: o assinante paga, por exemplo, o pacote mais básico de qualquer operadora. Em seguida, compra na rua ou na internet um aparelho "decoder" que consegue romper a proteção e o sinal que ele recebe em sua casa. Instalado o aparelho por um "técnico" enviado pelo vendedor e "voilà"!

Como mágica, o assinante passa a ter acesso a todo o cardápio da operadora, por mais premium que seja: dos caros canais esportivos Premiere ao pacote HBO; dos mais fechados canais pornôs até os que exibem lutas de UFC mediante pagamento. E tudo isso pelo valor da assinatura básica.

"Nós calculamos que operadoras e canais tenham hoje no Brasil por volta de R$ 100 milhões em prejuízo com essa prática", diz Antonio Salles Neto, 60, vice-coordenador de antipirataria da ABTA.
"Estamos muito atentos e preocupados com a curva de assinantes que adquirem esses aparelhos. Ela está crescendo de forma veloz."

PIRATARIA ASIÁTICA

A compra e a venda das caixas "decoder" são proibidas no Brasil desde 2012. Muitas são projetadas na Coreia do Sul e montadas na China.

Elas foram importadas durante muito tempo sob a chancela de serem "decoders" para antenas parabólicas. Mas os técnicos da ABTA descobriram um desvio de finalidade para os aparelhos.

Apesar da proibição, vários estabelecimentos e comerciantes que ficam na rua Santa Ifigênia, região central de São Paulo, vendem o equipamento sem muitas perguntas e ainda indicam um técnico para fazer a instalação.

Salles calcula que haja entre 1,6 milhão e 2 milhões de caixas em operação no país.

"Se a curva da pirataria continuar no ritmo atual, em cinco anos metade das assinaturas já fará uso dela."

O custo desses aparelhos "piratas" caem vertiginosamente. Uma caixa AZbox "topo de linha", vendida por até R$ 899 há um ano e meio, hoje é comercializada por R$ 299.

Para Salles, a pirataria não é estimulada pelos altos preços dos serviços e pelo atendimento ao cliente. "A indústria passou, sim, por um mau momento, mas ela agora está em um nível ascendente, e os preços também estão melhores", afirma.

COMO FUNCIONA A PIRATARIA

Opção A:

1- Usuário vai a um centro de comércio pirata ou na internet e adquire um decoder (caixa) ilegal; é preciso ter uma conexão de Internet no local de instalação;

2- O vendedor da caixa envia um funcionário que instala o aparelho, conectando-o à Internet e à fonte de sinal de TV por assinatura usando "portas" diferentes

3- Pela porta conectada à Internet, a rede pirata fornece, graças a seu software próprio, a chave de abertura ilegal da programação. Por meio da rede de uma das operadoras de TV, o usuário recebe o sinal ilegal de qualquer canal que não faça parte do seu pacote. O usuário recebe o sinal de TV paga, mas fica online com uma rede privada de dados ilegal

Opção B:

Usuários que não têm acesso à Internet podem "piratear" com a modalidade de caixa conectada aos satélites por duas antenas. A primeira antena é apontada ao satélite de serviços de TV por assinatura e uma segunda antena - menor e dedicada a dados - é conectada a um satélite.

Esse caminho é usado alternativamente para fornecer as chaves de acesso extraídas pela rede pirata. Essa ação, porém, é mais fácil de ser descoberta e combatida. Operadoras do mundo já conseguem tirá-las do ar.

Opção C:

A caixa pirata usada exclusivamente no caso de TV a acabo similar à anterior, só que em vez de se conectar à antena de satélite, conecta-se na rede de cabo. Muitos usuários, para disfarçar, mantêm o pagamento de um pacote mínimo com acesso à Internet.

Opção D:

A caixa que desbloqueia HD funciona de forma similar, apenas recebendo a chave correspondente ao serviço.

Informações importantes. Todo usuário de decoder (decodificador) ilegal está conectado a uma rede legal e isso o expõe à Justiça e corre o risco de ser indiciado por associação para produzir danos a alguém; trata-se de um crime.
 
Fonte: ABTA (Associação Brasileiras das TVs por Assinatura)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Netflix perde licença de quase 2 mil filmes nos EUA


Empresa afirmou que qualidade é mais importante que quantidade
Foto: Paul Sakuma/AP

O Netflix, serviço de streaming de vídeo, cancelou contratos de exbição de 1.794 filmes nos EUA nesta quarta-feira. De acordo com o site “Mashable”, a empresa perdeu o direito de exibir diversos títulos detidos pela Warner Bros., MGM e Universal. Segundo a assessoria de imprensa da empresa no Brasil, a mudança não afeta o catálogo nacional. Em testes na redação do GLOBO, não foi possível acessar alguns filmes da franquia “007”, que estavam disponíveis na semana passada, por exemplo, e estariam entre as baixas do serviço nos EUA. A empresa afirmou que o problema não está relacionado à movimentação nos EUA e pode ser pontual, decorrente de alguma falha técnica.

Segundo o “Mashable”, a decisão dos estúdios em cancelar os contratos é estratégica. As empresas planejam lançar, no mercado americano, um serviço próprio de streaming chamado “Warner Archive Instant”, onde será possível ter acesso aos filmes antes disponíveis no Netflix. A previsão é que a assinatura seja de US$ 10 mensais. Não há informações sobre disponibilidade no Brasil.

A companhia, que não divulga o número exato de atrações — a lista costuma variar semanalmente — afirmou que a quantidade é menos importante que a qualidade dos títulos disponibilizados. Em entrevista ao “Mashable”, Joris Evers, diretor global de comunicações do Netflix afirmou que 500 títulos seriam adicionados nesta quarta-feira no catálogo americano.

— Somos seletivos sobre o que disponibilizamos. Sempre usamos nossas informações sobre o que nossos assinantes gostam de assistir para decidir o que estará no Netflix. Nossa meta é oferecer um mix que agrade nossos assinantes, em vez de tentar ser um distribuidor amplo — disse Evers.

Empresa planeja mais séries originais

Em entrevista ao site “Stuff” publicada nesta quarta-feira, o diretor de conteúdo da empresa, Ted Sarandos, admitiu que “pode levar anos” para que os catálogos internacionais sejam atualizados no mesmo ritmo que o dos EUA. O executivo ressaltou, no entanto, que todas as produções originais do Netflix, como “House of Cards”, estão em cartaz para assinantes de todos os 40 países que contam com o serviço.

Em relação aos planos futuros, Sarandos adiantou a possibilidade de reviver séries antigas, como “Buffy, a Caça-Vampiros”, e o investimento em mais títulos originais, como “Arrested Development”, assinada por Ron Howard, que estreia em 26 de maio, e "Orange is the new Black", prevista para julho.

O próximo passo poderia ser uma série baseada na saga de livros “A Torre Negra”, de Stephen King, que estaria sendo negociada com Howard.

— Conversei com Ron sobre isso. A última vez que falamos sobre isso, a coisa seria lançada pela HBO, mas o projeto não está mais lá. Depois que “Arrested Development” for lançado, vamos voltar a falar sobre o assunto — disse o diretor de conteúdo ao “Stuff”.

Segundo empresa, cancelamento dos contratos não afetou catálogo brasileiro

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/tecnologia/netflix-perde-licenca-de-quase-2-mil-filmes-nos-eua-8267311#ixzz2SA9ZlOws