sexta-feira, 25 de março de 2011

Os fantasmas de Jim Carrey


Uma história maravilhosa em uma animação igualmente deliciosa. Isso resume bem o que é o filme Os Fantasmas de Scrooge. Tipicamente natalino esse filme já teve tantas versões, e sempre surpreende. Não é diferente nesta bela animação, onde Jim Carrey dá vida a um idoso que não acredita no humanismo, e muito menos no espírito de Natal.


O cuidado é tanto com a qualidade do filme e os detalhes, que a produção mais parece uma obra de arte. A história do brilhante escritor Charles Dickens foi representada à altura.


No filme, Ebenezer Scrooge (Jim Carrey) começa as férias de Natal como de costume, mesquinho e de mau humor, berrando com seu fiel assistente (Gary Oldman) e com seu alegre sobrinho (Colin Firth). Mas quando os fantasmas dos Natais Passado, Presente e Futuro o levam em uma surpreendente jornada que revela as verdades que o velho Scrooge reluta em enfrentar, ele deve abrir seu coração para desfazer anos de maldades antes que seja tarde demais.


Uma bela animação, pra ser assistida por toda a família. E vale até o repeteco. Divertida na medida certa, com diálogos inteligentes, uma história bem desenhada, e uma mensagem inteligente. De fato, um filme pra ser curtido por todos. Satisfação garantida.


FICHA TÉCNICA Diretor: Robert Zemeckis Elenco: Jim Carrey, Colin Firth, Gary Oldman, Cary Elwes, Michael J. Fox (narrador), Daryl Sabara, Robin Wright Penn. Produção: Jack Rapke, Steve Starkey, Robert Zemeckis. Roteiro: Robert Zemeckis, baseado em conto de Charles Dickens Fotografia: Robert Presley Trilha Sonora: Alan Silvestri Duração: 96 min. Ano: 2009 País: EUA Gênero: Fantasia Cor: Colorido Distribuidora: Buena Vista Pictures Estúdio: Walt Disney Pictures / ImageMovers Classificação: 10 anos

quarta-feira, 23 de março de 2011

Adeus a Elizabeth Taylor

A atriz Elizabeth Taylor morreu na manhã desta quarta-feira, aos 79 anos, de insuficiência cardíaca congestiva.

A morte foi anunciada pela rede ABC e confirmada pelo filho da atriz, Michael Wilding, e pelo seu assessor.

O assessor de Taylor declarou que ela morreu "cercada por seus filhos: Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton". Taylor tinha ainda dez netos e quatro bisnetos.
Segundo a ABC, a família planeja realizar um funeral particular no final desta semana.

"Apesar de ela ter sofrido diversas complicações, sua condição estava estável e era esperado que ela voltasse para casa em breve. Infelizmente, isso não aconteceu", completou o assessor.

Seu filho Michael Wilding soltou o seguinte comunicado: ""Minha mãe foi uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo com grande paixão, humor e amor. Apesar de sua perda ser devastadora, nós sempre seremos inspirados pela sua contribuição ao nosso mundo."
A atriz estava internada no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, desde o início de fevereiro, com problemas no coração.

Taylor foi diagnosticada em 2004 com a doença que a vitimou. A insuficiência cardíaca congestiva é uma patologia que impede o coração de bombear sangue oxigenado suficiente para suprir as necessidades dos demais órgãos do corpo, o que gera uma sensação de fadiga, dificuldade de respirar, aumento de peso, entre outros problemas.

Em 2009, Taylor foi submetida a uma cirurgia para substituir uma válvula defeituosa no coração. Ela usava uma cadeira de rodas há mais de cinco anos para lidar com sua dor crônica. Vencedora de dois Oscar, Elizabeth Taylor foi operada de um tumor no cérebro em 1997.

Nascida em 27 de fevereiro de 1932 em Londres, Elizabeth Taylor começou a atuar aos dez anos, quando participou do longa "There's one born every minute" (1942). Tornou-se uma estrela de Hollywood depois de aparecer no filme "A mocidade é assim mesmo" (1944), aos 12 anos. Também atuou em "Gata em teto de zinco" (1958), ao lado de Paul Newman, e em "Assim caminha a humanidade" (1956), último trabalho de James Dean.

Ao protagonizar "Cleópatra", de 1963, tornou-se a primeira atriz a receber um cachê de US$ 1 milhão. Foi durante as gravações do longa, considerado um dos mais caros de todos os tempos, que ela se envolveu com o ator Richard Burton, um dos seus oitos casamentos (com Burton foram dois).Ela também venceu dois Oscars por seu trabalho em "Quem tem medo de Virgina Woolf" (1966) e "Disque butterfield 8" (1960).

Elizabeth era amiga pessoal do cantor Michael Jackson, morto em junho de 2009.

Casais desencontrados



Encontro de Casais é mais um daqueles filmes que exploram a temática romântica para vender o seu peixe. Até aí, nada de extraordinário. Na verdade, o filme não tem nada de romântico, e explora as diferenças entre homens e mulheres (mesmo estes estando casados) para empurrar alguma graça.

Como comédia o filme até que vai bem, com algumas tiradas mais engraçadas. O tipo de humor seco é ácido já comum nos filmes de Vince Vaughn. Destaque para o elenco que convence no conjunto. Realmente parecem amigos e casais (diferente dos "amigos" de Gente Grande, por exemplo), e se completam com certa maestria.

No mais, o filme abusa da bela fotografia em locações pra lá de deslumbrantes.

Na história, em férias, quatro casais viajam para um resort em uma ilha tropical. Enquanto um casal está no local para revitalizar o relacionamento, os outros querem apenas se divertir, mas logo descobrem que a participação nas terapias não é opcional.

É uma comédia que exige total desapego. A história em si não tenta passar uma mensagem das mais otimistas (ou mesmo uma não otimista) e força a barra em algumas passagens. Em alguns momentos as reações dos personagens pode irritar ao invés de serem engraçadas. Uma comédia para a matinê do fim de semana. Daquelas que você pode perder metade, que mesmo assim não perde nada da história. Se você curte um humor mais escrachado, é uma boa pedida. Assista pelo prazer do entretenimento.

FICHA TÉCNICA
Diretor: Peter Billingsley
Elenco: Vince Vaughn, Jason Bateman, Faizon Love, Jon Fravreau, Malin Akerman, Kristen Bell, Kristin Davis, Jean Reno, Carlos Ponce.
Produção: Scott Stuber, Vince Vaughn
Roteiro: Jon Favreau, Vince Vaughn, Dana Fox
Fotografia: Eric Alan Edwards
Trilha Sonora: A.R. Rahman
Duração: 107 min.
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Universal International Pictures / Relativity Media / Wild West Picture Show Productions / Stuber Productions
Classificação: 14 anos

terça-feira, 22 de março de 2011

Que baderna real...




Geralmente os filmes que retratam detalhes históricos querem de alguma forma apresentar um personagem da história, ou um acontecimento ilustre, que mudou (nem sempre é assim) o rumo de uma nação. Mas não é bem o que acontece em Henrique IV, O Grande Rei da França.


O filme tem um começo, meio e fim, mas sem dar a devida atenção aos detalhes da vida do rei Henrique IV ou do que aconteceu à França durante o seu reinado.


Henrique, O Bom, como ficou conhecido, era um mulherengo incorrigível, e mesmo casado perambulava pelos castelos das mais belas damas de sua época. Ele foi o responsável pela retomada da França após longo período de guerras, e um dos primeiros reis a questionar o poder da Igreja na Europa e encerrar a divisão entre cristãos e protestantes.


Mas detalhes históricos à parte, fato é que o filme não emplaca. Sua narrativa não é envolvente, com uma fotografia escura, mais comumente encontrada nesse estilo de filme quando produzido na Europa. E a história não permite que você torça a favor nem contra o personagem central.


Na história, que se passa na França, em 1563, protestantes e católicos lutam por terras e poder, usando a religião como justificativa. No comando dos protestantes está Henrique de Navarra, que conduz seus homens contra a poderosa rival de sua mãe, Catarina de Médici, Rainha da França. Catarina oferece a Henrique a mão de sua filha, Margot, em sinal de reconciliação, mas o casamento termina num banho de sangue. Ele sobrevive ao Massacre do Dia de São Bartolomeu, mas é feito prisioneiro durante quatro anos. Embora recorrendo a qualquer tática para obter o trono, Henrique se torna um rei que, pela liberdade de religião e de opinião, pode genuinamente dizer que é um dos primeiros verdadeiros humanistas.

Produção dedicada àqueles que curtem uma história de época sem muito envolvimento. O filme pula detalhes (históricos), e esquece personagens igualmente importantes. O elenco é esforçado, mas não convence. Longo, se perde na falta de assunto. Pra assistir sem muitas pretensões.

Informações Técnicas

Título no Brasil: Henrique IV - O Grande Rei da França
Título Original: Henri 4 / Henri IV / Henry of Navarre
País de Origem: Alemanha / França / República Checa / Espanha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 148 minutos
Ano de Lançamento: 2010
Estúdio/Distrib.: Paramount Home Entertainment
Direção: Jo Baier

segunda-feira, 21 de março de 2011

E eles roubaram o meu tempo


Podia ser melhor, mas também podia ser muito pior. Na verdade, Ladrões é um filme que não pode antecipar o que deve se esperar. Quer seja pelo diversificado elenco, ou pela proposta da trama.


O elenco que mescla atores veteranos (Matt Dillon) com atores/cantores (Chris Brown) não chega a ser um primor. Diálogos reciclados, personagens sem carisma, impessoalidade, e por aí vai. A sensação que fica é a que reuniram algumas pessoas que estavam à toa e sugeriram, "e se fizessemos um filme?". O resultado não poderia ser dos melhores.

O mesmo se aplica à trama. Previsível. Sem sal nem açúcar. Que em determinado momento até parece ter uma boa sacada, mas se apega a detalhes desnecessários e sem sentido. Não chega a dar sono, mas podia ser muito melhor. Essa coisa de fazer com que a gente torça para os bandidos é tão chata. Se ao menos os personagens tivessem uma tirada melhor. Os diálogos são tão fracos e batidos, que nem vale o esforço em prestar atenção.

No filme, um grupo de ladrões de banco tem plano de assalto de US$ 20 milhões atrapalhado por causa de um detetive.

Uma produção sem muito a agregar. Se você quer um filme de bang bang em que o policial atira de um lado, o bandido atira do outro, e nenhum dos dois acerta o alvo, então essa é a sua pedida. Pra entreter e passar tempo até que vai, no mais, é só um apanhado de bobagem sem nenhum sentido e que não mudará em nada sua vida. Se puder, fique longe.

FICHA TÉCNICA
Diretor: John Luessenhop
Elenco: Hayden Christensen, Paul Walker, Zoe Saldana, Idris Elba, Matt Dillon
Produção: William Packer
Roteiro: Peter Allen, Gabriel Casseus, John Luessenhop, Avery Duff
Fotografia: Michael Barrett
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: Screen Gems

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ir ou não ir ao cinema, eis a questão


Cada vez mais fico espantado com o cinema na atualidade. Não quanto a qualidade dos filmes, localização, ou bem estar como forma de entretenimento. Mas pelo péssimo atendimento, sujeira, preços altos e, acima de tudo, falta de educação de seus frequentadores.

Quando o cinema era considerado um programa cult alguns anos atrás, podia até ser considerado menos confortável, no entanto, com a popularização dos últimos anos, as grandes redes avacalharam o cinema para aqueles que cultuam a prática, e a cada dia, o que se vê são cinemas com cadeiras de avião, mas desrespeito, piora no atendimento, e caos, muito caos em todo o resto.

Sim, pois o ponto mais importante nas avaliações sempre se refere ao conforto da cadeira e, mais ultimamente, e não ainda em todos os cinemas, a possibilidade de escolher e reservar o lugar onde se quer sentar. Ótimo! No entanto, alguém já percebeu que o espaço nas cadeiras e entre as fileiras diminuiu consideravelmente? Pois é, como em um avião, a cadeira confortável não elimina o desconforto de ter a pessoa da fileira da frente batendo a a cadeira em suas pernas a cada vez que decide recliná-la. Além disso, as pessoas com mais de 1,80m de altura precisam ficar curvadas para evitar ter que deixar o joelho na nuca de quem está à frente.

A sujeira impera em quase 100% das salas. Desde a fila para compra do ingresso, até a permanência na sala, são encontrados vários pontos de sujeira pelo chão. Você por acaso já assistiu um filme sentado onde o chão estava grudento? A sensação é maravilhosa. Você não sabe se assiste o filme ou se pensa no que seria aquilo que gruda você ao chão. Será que fica difícil passar um paninho úmido nas salas de vez em quando?

Talvez isso seja para não sobrecarregar demais os funcionários, que são brilhantemente instruídos e treinados. O que está no sistema ou aparece no computador eles sabem, mas se você perguntar algo fora dos padrões de perguntas frequentes que eles recebem nas cartilhas de treinamento, daí é outra conversa. Pergunte a respeito de um filme que estava no circuito ou algum futuro lançamento, e se surpreenderá com a resposta. Além disso, não existe posicionamento quanto as próprias regras do cinema. Menor de idade, sem acompanhamento, em salas com filmes com restrição de idade é prática comum. Será que o importante é vender ingressos, não importa a quem? De vez em quando tenho essa impressão. E se a regra não é essa, então o problema é o descaso dos funcionários e falta de fiscalização.

O pior mesmo são as pessoas mal educadas que frequentam esses ambientes. Sendo um local coletivo, acredito na velha máxima de que o seu espaço termina onde começa o meu, mas é muito comum as pessoas imaginarem que estão na sala de suas casas, e as cenas e acontecimentos que ocorrem são dos mais bizarros. São aquelas pessoas que narram o filme pra quem os acompanha, e pra outras 3 ou 4 fileiras à sua volta. São pessoas que ficam batendo os pés com irritação durante todo o filme. Tem aqueles que não prestam atenção a parte nenhuma do filme e ficam perguntando o que aquela pessoa está fazendo ali, ou como tudo aconteceu. Tem aqueles casais de namorados que decidem, de fato, namorar ao seu lado. Tem a turma do celular, que de tempo em tempo precisa ligar aquele farolete do celular pra ver se alguém muito importante, talvez o próprio Papa, ligou. O cara que precisa ver a cada 15 minutos a hora em seu iluminado relógio (se você entra em um cinema pra assistir um filme de uma hora e meia, qual a razão de saber a hora a cada 15 minutos?). E a turma do banheiro.

Esses merecem uma atenção especial. O camarada entra no cinema, a sala já está lotada, mas ele encontra um lugarzinho bem no meio. Sai pedindo licença e se encaixa na meiuca do povão. O camarada fica quietinho por lá durante um tempão. Come a sua pipoquinha, toma o seu refrigerante, assiste os comerciais, os trailers, vê a sala enchendo mais um pouco, percebe as luzes se apagando e, quando o filme começa, sofre um ataque urinário sem fim. Levanta umas 3 ou 4 vezes durante o filme, pedindo licença para todas as 800 pessoas sentadas pra que possa passar e correr ao toalete. Ele perde metade do filme, irrita a sala inteira, mas não perde o orgulho de estar por lá.

Já que citei, importante destacar os banheiros. Sujos, com péssima manutenção e, em alguns casos, creio servirem até de vestiário para os próprios funcionários. Eu mesmo já presenciei colaboradores de uma importante rede de cinemas escovando os dentes e se trocando no banheiro comum, na frente de clientes em geral.

E, por fim, mas não menos importante, o preço. Por que é que uma mesma rede de cinema pode vender ingressos a 14 reais em algumas salas e em outro local a 27 reais (e nem é 3D)??? O mais esperto vai gritar que é por causa do poder aquisitivo dos frequentadores do local onde está aquela sala. Ok, do ponto de vista comercial posso até concordar. Mas será que o preço não poderia ser mais democrático e igual em todas as salas? Quando eu digo democrático, é igual na menor escala, ou mais barato, se preferir. Sim, pois ficar em um cinema cheio de gente falante, do lado de alguém que levanta a cada 7 minutos pra ir ao banheiro, com o chão grudando, um casal se catando do outro lado, com um atendimento horroroso, e pagar 27 reais por isso é lamentável.

Pior é saber que o cinema, no final das contas, se tornou um programa pop, na pior essência da palavra. Será que isso tem jeito? Será que os antiquados e simpáticos cinemas de rua teriam alguma chance nesse mercado tão canibal? Ou a tendência é, de fato, a coisa piorar, sempre, sempre e sempre? Qual a sua opinião?

segunda-feira, 14 de março de 2011

O discurso do rei gago


Taí um filme interessante de ser visto. Não pelas indicações ao Oscar, ou pelos prêmios recebidos (alguns deles, muito merecidos) mas, principalmente, pala aula de atuação tanto de Colin Firth quanto de Geoffrey Rush. Excelente em todos os estágios e, sem dúvida nenhuma, os responsáveis pelo sucesso da história.
O filme tem toda uma preocupação em sua produção e direção. Locações que retratam a época, roupas e maquiagem. No entanto, os diálogos entre Firth e Rush são destaque e sobressaem do restante dos elementos. Na verdade, a sensação que fica é q de que pouco se viu após o término do filme, e a imagem mais latente é a das conversas entre os dois personagens.
Uma produção maravilhosa? Não acredito. Mas um longa tratado com muito cuidado e esmero. Cuidado com as luzes, a trilha, entre outros elementos. No entanto, se o filme se passasse em um porão (e realmente parece que boa parte dele acontece eu um) nada alteraria o rumo da trama.
No filme, George VI (Colin Firth), conhecido como Berty, assume, a contragosto, o trono de rei da Inglaterra quando seu irmão, Edward (Guy Pearce), abdica do posto em 1936. Despreparado, o novo rei pede o auxílio de um especialista em discursos, Lionel Logue (Geoffrey Rush), para superar seu nervosismo e gagueira. Com o tempo, tornam-se amigos.
A primeira impressão é a de que a mensagem do filme se volta justamente para esse detalhe da superação. Do príncipe mais tímido e com problemas, que teve o apoio e a vontade necessária para se tornar um exemplo e o alicerce para o seu povo. Ao mesmo tempo, existe a relação de amizade, que embora impossível (quem imaginaria um indivíduo da realeza se tornar amigo confidente de um qualquer da população) acaba se tornando real.
Sem dúvida, as atuações e a direção são um destaque para o filme. Um belo drama, com uma trama envolvente e bem trabalhada. Não é uma daquelas produções cansativas (como é o caso de A Rainha) mesmo com a quantidade de diálogos. Uma boa pedida para quem procura um filme inteligente e real.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Tom Hooper
Elenco: Helena Bonham Carter, Colin Firth, Guy Pearce, Michael Gambon, Geoffrey Rush, Timothy Spall, Jennifer Ehle, Derek Jacobi, Anthony Andrews, Eve Best, Dominic Applewhite, Max Callum
Produção: Iain Canning, Emile Sherman, Gareth Unwin
Roteiro: David Seidler
Fotografia: Danny Cohen
Trilha Sonora: Alexandre Desplat
Duração: 118 min.
Ano: 2010
País: Reino Unido/ Austrália
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: See Saw Films / Bedlam Productions
Classificação: 12 anos

sexta-feira, 11 de março de 2011

Após concordata, Blockbuster inicia processo de venda nos EUA


A rede de locadoras de vídeo Blockbuster, que havia entrado com pedido de concordata nos Estados Unidos em setembro, iniciará processo de venda da companhia em abril, após acordo firmado com seus credores. Um grupo de fundos de investimento liderado pela Monarch Capital chegou a um acordo com os credores - que incluem estúdios em Hollywood como a Disney - quanto aos termos do processo de venda.

A dívida da Blockbuster junto aos estúdios soma mais de US$ 100 milhões. Na ocasião do pedido de concordata, a empresa planejava reduzir sua dívida total de quase US$ 1 bilhão para cerca de US$ 100 milhões. Os estúdios e outros credores solicitaram à Justiça que o processo de concordata fosse convertido em uma liquidação total da companhia, mas o juiz Burton Lifland decidiu contra um processo de "Chapter 7".

O acordo prevê uma audiência em 4 de abril, seguida por outra três dias depois para aprovar a venda. Os atuais negócios da Blockbuster podem ser preservados após a operação, ainda que o comprador tenha a opção de encerrá-los parcial ou totalmente. A companhia, que conta com 2,5 mil lojas nos Estados Unidos, vem lutando contra a concorrência de serviços online de filmes como o Netflix.

No Brasil, o direito de uso da marca Blockbuster foi adquirido pela Lojas Americanas em 2007, por 20 anos, não possuindo vínculos com as operações internacionais da empresa. A Monarch submeteu oferta inicial de US$ 290 milhões pela empresa. A companhia listou ativos de cerca de US$ 1 bilhão até 30 de janeiro.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Seria um filme pra parir de tanto rir?


A pergunta do título é bastante válida para esse filme. Quando você vê o trailer do filme, parece que encontrou a comédia dos seus sonhos. Atores interessantes, uma história interessante, com momentos no mínimo muito engraçados.
Mas o real nem sempre ilustra o teórico tão bem. Sendo assim, Um Parto de Viagem não é um filme espetacular. Muito pelo contrário, está bastante longe disso.
A história é muito parecida com a de Antes Só que Mal Acompanhado (veja a opinião deste blog aqui), tirando que agora o humor é mais apelativo e atual. No mais, o estilo do politicamente incorreto predomina na relação dos protagonistas.
Nada contra. Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis juntos funcionam até que bem, mas é no apelo da trama que a coisa fica um pouco confusa.
Na história, Peter Highman (Robert Downey Jr.) é um ansioso pai de primeira viagem, cuja esposa está a cinco dias de dar à luz. Peter corre contra o tempo para conseguir um vôo de volta para Atlanta a tempo de chegar para o parto, mas seus planos são atrapalhados quando ele conhece o aspirante a ator Ethan Tremblay (Zach Galifianakis). Esse encontro força Peter a pegar carona com Ethan, o que se transforma em uma travessia pelo país que vai resultar na destruição de carros, amizades e da paciência de Peter.
O filme com Steve Martin e John Candy era uma comédia mais família, com tiradas mais bem sacadas. No caso do seu "remake" o humor ficou mais escatológico, voltado ao público adulto que curte um filme sem muito sentido. Nesse caso, alguns detalhes da história são meio absurdos, como quando Ethan parece não querer se livrar das cinzas do pai (ele as leva dentro de uma lata de café), ou quando os personagens vão parar no México (por que?????), ou quando Highman leva o tiro de Ethan (isso acrescentou o que ao filme?), ou a luta dentro do escritório da Western Union, enfim, detalhes que não enriquecem muito a trama, mas acredito que no fim a intenção era essa, a de confundir ou bagunçar ao invés de montar uma história que fizesse sentido.
Vi muitos comentários positivos quanto ao diretor, que também é responsável pelo filme Se Beber Não Case. O estilo de humor é muito parecido, em um filme que também não faz o menor sentido. Talvez daí venha essa tendência.
Os pontos positivos ficam para a trilha sonora e as belíssimas locações, que se destacam em meio à bagunça criada no filme.
Definitivamente, não é uma produção para todos os gostos. É uma comédia com instantes engraçados, e com instantes desconfortáveis. Boa pedida para a matinê (mesmo que em vídeo) do sábado ou de domingo. Para ser assistido sem muitas pretensões. Um filme interessante, mas não imperdível.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Todd Phillips
Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis.
Produção: Daniel Goldberg, Todd Phillips
Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips
Fotografia: Lawrence Sher
Trilha Sonora: Christophe Beck
Duração: 100 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Warner Bros. / Road Rebel

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Oscar é a patetice banhada em ouro

Por Marcelo Carneiro da Cunha, em 04/03/2011, no link http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4972714-EI8423,00-O+Oscar+e+a+patetice+banhada+em+ouro.html

Estimados milhões de leitores, cá estamos, firmes, fortes, e, no caso de quem mora em São Paulo, encharcados. E muitos de nós, ainda pensando no que aquele cara fazia ao lado da lindinha Anne Hathaway, enquanto ela quase se matava tentando salvar as aparências da festa, sem ganhar nada além de um milhão e meio de dólares por tamanho esforço. Dureza esse tal de Oscar.

Nada que se compare, no entanto, à dureza de aguentar as horas e horas de tapete vermelho, piadas feitas de isopor, músicas mesozoicas e a pior parte, o discurso dos vencedores de alguma categoria. Aquilo, estimados leitores, é o equivalente áudio-visual do que o Kadafi tenta fazer com os ex-suditos, na Líbia, e que a ONU considera tortura.

No entanto, o Oscar é compreensível, se a gente entender que premiação de cinema, é uma coisa, Oscar, é outra. Oscar não é prêmio de cinema nem aqui nem na Conchinchina. Oscar, estimados leitores, é premiação por comportamento.

O cinema começou, como forma de contar histórias, lá por 1908, tirem ou coloquem alguns anos. Nessa época, os Estados Unidos eram uma explosão de atividade econômica, e os imigrantes que chegavam do mundo inteiro eram uma parte importante da equação. E eles eram do mundo todo, e o mundo, naqueles tempos, ainda não falava inglês. Muitos eram analfabetos, ou quase. A única coisa que podiam fazer, para entretenimento, era consumir alguma forma de contar histórias que não precisasse do inglês. E o cinema, era mudo, lembram? Portanto, já pelo ano de 1908, se vendiam algo como 60 milhões de entradas para ver filmes, nos Estados Unidos. Por semana.

Uma arte de massa requer uma indústria, caros leitores, e os americanos criaram a primeira e mais poderosa delas. Para poderem produzir filmes em série, e onde havia mais luz, os estúdios foram para a Califórnia, para um lugarejo chamado Hollywood. Mas, se a produção foi para lá, o financiamento continuou onde sempre esteve, em Wall Street, e essa sempre foi a lógica por trás do cinema americano. Industrial, capitalista, comercial, ou pelo menos querendo ganhar dinheiro, e muito dinheiro ele ganhou. Esse sistema, criado pelo status quo, também serviu ao status quo, e a ideologia fez com que os americanos criassem o star system, no qual atores, transformados em estrelas, eram o que havia de mais importante e bem pago. Atores, normalmente, não são quem cria os filmes ou escrevem as suas falas. Assim, são menos perigosos do que escritores, roteiristas, diretores, cujas simpatias poderiam até mesmo estar - horror - com as esquerdas. Precisavam ser neutralizados, e foram.

Isso não significa que o sistema americano não pudesse produzir grande cinema. Ele sempre fez isso, e o faz hoje, quase como ninguém. A única questão é que esses não são os filmes que o Oscar premia, por todos os motivos descritos nessa coluna. Um exemplo, nesse ano de 2011, foi que o insípido, mesmo que bonito, Discurso do Rei foi o grande vencedor. Do outro lado, tínhamos ótimos filmes como a Rede Social, Bravura Indômita ou Inverno da Alma, todos muito melhores do que o vencedor. Não ganharam, e nunca iriam ganhar, porque a lógica é outra. Hollywood premia uma estética, e ela é, acima de tudo, comportada, e não deve estragar o seu dia ou a sua pipoca, enquanto assiste.

O que Hollywood representa é a monarquia transposta para telas e tapetes. Ela oferece o intangível. Ela cria os seres maiores do que eles mesmos, os chama de estrelas e coloca a todos no tapete, uma vez ao ano, para que bilhões de espectadores possam perder o fôlego diante deles. Iluminação, fotografia, cinematografia, produção, tecnologia, tudo se une na criação desses deuses, que são trazidos à Terra de tempos em tempos para serem melhor adorados. Isso, e isso sim, é Hollywood.

De troco, os americanos, e Hollywood, produzem o que é, longe, a melhor qualidade técnica e narrativa, a maior gama de temas e abordagens, mesmo que o Oscar premie conflitos contidos, mensagens de paz entre o mundo e o capital, e ordem, acima de tudo.

Atores e atrizes, regiamente pagos, topam participar, felizes com o resultado e com suas imagens multiplicadas pelo mundo todo. Produtores se divertem quase tanto quanto os banqueiros que os financiam. Diretores não têm lá muita escolha, é pegar ou largar, e, a maioria, pega. O resultado é o que deve ser: perfeição a la Hollywood , onde ninguém vai ao banheiro, ilhas não têm mosquitos e, durante o sexo, todos chegam ao orgasmo ao mesmo tempo. Igualzinho ao mundo real e é disso que o Oscar gosta; isso é o que é celebrado. Arte é coisa muito menos confiável do que beldades sobre um tapete vermelho. Arte, quando se vê, é na exceção americana e nos filmes estrangeiros, que seguem outra lógica e são premiados de maneira segura.

E a verdade é que não vivemos mais a época dos grandes festivais, onde se debatia e definia o cinema. Hoje, os sistemas de aprovação, de legitimação do que seja a arte no cinema parecem ter se deslocado para longe dos festivais, e para mais perto da internet.

O Oscar permanece como a grande festa da indústria - que poderia ser bancária, aeroespacial, e é cinema por detalhe e por isso a festa tem o jeito que tem. Hollywood é um espaço para a criação do real mais real do que a realidade, e nem a realidade, nem os filmes, devem atrapalhar a perfeição construída em 83 anos de Oscar. A nós, cabe o papel de sempre, de admirar, comentar, debater quem vai vencer nesse ano, ou no ano que vem, quando isso, na verdade, não faz, e como poderia fazer - a menor diferença.

quinta-feira, 3 de março de 2011

As influências do Oscar


Acho curioso o efeito causado pelo Oscar nas pessoas. Antes de mais nada é importante deixar claro que o evento, em anos anteriores, era muito mais charmoso. Não que tenha perdido seu glamour. Apenas tornou-se mais comercial do que deveria, com muitas paradas desnecessárias e divulgação explícita de bens de consumo (moda e joalheria), quase que parecendo um canal de compras.

De qualquer forma, quando um filme ganha o Oscar, ele ganha mais do que isso, como uma condição especial. Como se fosse um dever assisti-lo. E os espectadores caem nessa. Ganhou? Então é bom!

Claro que muitos filmes premiados são interessantes, mas a crítica deve servir para incitar as pessoas a assitirem uma produção, apresentando argumentos que justifiquem essa decisão, e não exigir que todos já o julguem como um ótimo filme ou um longa imperdível. O vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2010, Guerra ao Terro, por exemplo, é um dos filmes mais sem graça que vi nos últimos tempos, porém ganhou o prêmio, e com isso se tornou um daqueles filmes que deve ser assistido.

O que acontece, é que as pessoas justificam a audiência de um filme ao fato de ele ter ganho o prêmio. Todos estão assistindo... por que? Porque ganhou o Oscar. Mas afinal de contas, o filme realmente é bom?

Com isso, a distribuição de DVDs também agradece. O que se percebe é que locadoras e lojas enchem seus espaços com filmes vencedores, e quase não sobra lugar para aqueles que nem sequer competiram. O mesmo acontece nas salas de cinemas. Aquele filme que ganhou o Oscar fica semanas em cartaz, enquanto alguns outros quase passam despercebidos.

Por fim, é criado um culto ao filme do caneco, mas os bons filmes, de fato, muitas vezes não são comentados e acabam esquecidos no limbo da sombra do Oscar. Para o evento, sobra o espetáculo cheio de pessoas lindas e exuberantes, com discursos prontos, piadas desajeitadas, e em muitas das vezes, um exagerado sentimentalismo, sem contar a cara de surpresa daqueles que nem imaginavam que poderiam ganhar o prêmio. Será?

Em tempo... vale o destaque (não necessariamente positivo) para a dupla responsável pelos comentários, Rubens Ewald Filho e Chris Nicklas e a tradutora oficial na versão brasileira (me perdoe, mas não consegui encontrar o nome dela). Será que não é hora de uma reciclagem? Ou quem sabe dar uma mudada? Não sei quanto a vocês, mas na minha opinião, a já cansativa premiação do Oscar fica ainda mais chata com esse trio. Mesmo sendo grande fã do trabalho de Rubens, acho que ele poderia ser mais solto e fugir um pouco do roteiro quadrado do evento.