terça-feira, 31 de março de 2009

As facetas de Brad


Chega a vez de O Curioso Caso de Benjamin Button. O filme que foi indicado em várias categorias do Oscar é uma pedida interessante. A atuação do elenco funciona bem, apesar de eu achar que Brad Pitt não tem o perfil para atuar em filmes que não sejam de ação (desculpem, mas ele não me convence), mas independente disso, a história funciona bem.

A fotografia é belíssima, e a junção de efeitos e maquiagem é muito bonita. O roteiro tende a indicar uma “moral da história”, o que estraga um pouco. E no geral, o filme ficou muito longo. Quando se espera que tudo acabe, pois o fim é meio previsível, ocorre uma espécie de epílogo, que cansa o telespectador.

Obviamente, a propaganda feita sobre o filme apenas enaltece as atuações e a subjetividade do tema proposto. Ocorre um apelo ao sentimental, normal em muitos filmes, mas sinto que no geral, o entretenimento é mais baixo do que o esperado.

Definitivamente, vale muito a pena assistir. Mas a Academia fez bem em não dar todos os prêmios ao filme. Outros executaram trabalhos muito melhores do que simplesmente apostar em nomes de peso.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?


Tanto se falou do melhor filme do ano, na escolha do Oscar, mas acho que sempre se tem o que falar de um filme como esse.

Pra ser sincero, muitas das críticas e opiniões que li sobre o filme foram muito negativas. Que seu roteiro é apelativo, no sentido de explorar a pobreza da sociedade indiana, e a desgraça de crianças, que tem a intenção de comovar, fazer com que o telespectador se comova, e passe a pensar nos personagens como heróis.

Acredito que algumas dessas colocações estejam corretas, mas não creio que o filme seja tão simplista. Na verdade, analisando a parte técnica do filme, esta se apresenta impecável, com uma bela fotografia, uma montagem sonora perfeita, e um roteiro que sai daquele marasmo hollywoodiano.

Não se trata apenas de explorar o sofrimento de um país de terceiro mundo (ou quarto, ou quinto...), mas a de transmitir uma mensagem positiva, de otimismo, de crescimento pessoal, e de uma análise das dificuldades e situações críticas pelas quais passamos hoje em dia.

Mas então é um filminho de mensagem? Não!!! É, sim, um filme que cumpre o seu papel de entreter e divertir o seu telespectador. Com um elenco desconhecido, mas que agrada, que emociona sem ser melado, com um tempo de narração muito dinâmico.

Talvez não deva ser considerado um clássico do cinema, mas é um filme que derrota a série de blockbusters concorrentes. Um filme que convence e vale o valor do seu ingresso.

segunda-feira, 9 de março de 2009

E o Oscar vai para....


Acho que um bom jeito de começar, é falando um pouco sobre o Oscar. Devo confessar que há muito tempo não me empolgava com o evento. A coisa era meio morosa, sonolenta, sem muitas surpresas, e em dias difíceis de ficar até o fim. Dessa vez a apresentação caiu em um ótimo fim de semana, no meio do carnaval, o que possibilitou assistir tudinho, sem ficar com a consciência pesada de não ter que acordar cedo no dia seguinte.

A construção do palco foi muito feliz. A idéia de se criar um ambiente parecido ao de uma câmera fotográfica ou câmera de vídeo (pela entrevista dos produtores, a idéia era mesmo a de câmera fotográfica) e levar o público pra dentro da ação, foi sensacional.

Mudar o estilo de apresentador modelão comediante também foi um sucesso. Devo confessar que a escolha de Hugh Jackman não havia agradado, mas me enganei completamente. Jackman foi muito bom como showman e merece continuar apresentando o evento.

A seleção de filmes também foi bastante interessante (devo falar mais sobre isso em outros posts). Apesar de algumas ressalvas, supervalorizadas, as premiações acabaram equilibradas (ok, nem tanto, se considerarmos os 8 prêmios para Quem quer ser um milionário).

Tudo foi muito dinâmico, sem apelações aos musicais sem fim, piadas americanas sem graça (sempre tem uma...), discursos intermináveis, lições políticas, enfim, enrolações das mais diversas.

A única ressalva talvez tenha ficado para os apresentadores/dubladores/comentaristas brasileiros. Nada contra Rubens Ewald Filho ou a trupe de conhecedores de cinema que geralmente é escolhida (até Arnaldo Jabor), mas tá na hora de mudar. Traduzir nomes, "sumir" no meio de uma tradução, demonstrar tesão nenhum, deu uma esfriada na coisa toda.

Não que eu quisesse fogos de artifício em cada escolha ou um camarada estilo "Uhuuuuhhhh... o Oscar vai para um cara maneiro......" mas as insinuações de "surpresa" ficaram muito ruins. E alguns comentários foram péssimos, como a da escolha de O Cavaleiro das Trevas, para Melhor Edição de Som, em que Rubens disse que "tudo bem, afinal também é um excelente filme", mas num tom que parecia ter perdido a aposta do bolão.

Pra concluir, o evento foi espetacular. Claro que sempre acontecem falhas, mas creio ter sido uma cerimônia como não se via há muito tempo.