terça-feira, 29 de maio de 2012

Bollywood versus Hollywood: veja como é ser um astro ou estrela do cinema indiano

Salman Khan: notoriedade nos quatro cantos da Índia
Os atores e atrizes retratados nesta página não são novatos em busca de uma chance no cinema. São astros e estrelas consagrados, idolatrados por milhões de fãs e a presença de qualquer um deles num filme é sinônimo de sucesso de bilheteria. A carreira e vida pessoal desses ídolos da telona movimenta um rico mercado de publicações e programas de TV sobre celebridades e, aos seus cachês milionários, somam-se grandes somas em dinheiro vindas da publicidade. Se não os está reconhecendo, não se sinta desatualizado. Estes deuses do cinema são reverenciados em Bollywood, a meca do cinema indiano.

A Índia tem a maior indústria de cinema do mundo, produzindo ao todo cerca de mil filmes por ano. Para se ter uma ideia, Hollywood produz metade disso no mesmo espaço de tempo. Naturalmente, estamos falando de produção em massa. Em termos de faturamento, claro, o cinema norte-americano continua imbatível. Mas quem pensa que os astros e estrelas do cinema indiano só são conhecidos na Índia, engana-se. Nomes como Aamir Khan, Salman Khan, Aishwarya Rai, Kajol e Shahrukh Khan são reverenciados no país e em outras nações onde os filmes indianos são consumidos, como Turquia, Marrocos, Egito, China e Grécia.

Deuses de fato
Na Índia, no entanto, termos como reverência e idolatria tomam outro sentido quando nos referimos ao culto a celebridades do cinema. Se atores como Brad Pitt, Robert De Niro, Julia Roberts e Angelina Jolie são astros em boa parte do mundo, em Bollywood os ídolos do cinema transitam alguns degraus acima: são deuses, e não se trata de uma força de expressão.

No país, atores e atrizes no auge da carreira são vistos como divindades de fato. Alguns têm templos de veneração construídos em sua homenagem, onde os fãs se reúnem para rezar por eles e venerar suas imagens. São espaços muito bem cuidados, limpos quase que diariamente e com imagens de cenas de filmes que consagraram o ator em questão.
 Kajol: uma das estrelas mais disputadas de Bolywood
E como não se pode abandonar um deus, deve-se se acompanhá-lo em todos os seus filmes, o que significa que contratar um desses atores para um longa-metragem pode custar caro ao produtor, mas é garantia de rentabilidade alta.

No livro Diários de Bollywood, do jornalista Franthiesco Ballerini, o professor Kishore Namit Kapoor, criador de uma das escolas de atuação mais famosas do país, compara essa idolatria à paixão do brasileiro por futebol: “No Brasil há intermináveis discussões entre amigos que torcem por times diferentes. Em algumas regiões da Índia acontece o mesmo. Em outras palavras, seu você é fã de Shahrukh Khan e eu sou fã de Aamir Khan, passaremos horas numa mesa de bar discutindo porque meu ator é melhor que o seu e vive-e-versa”.

O difícil acesso ao Olímpo
Se no star system Hollywoodiano muitos tentam chegar ao estrelato, mas pouco conseguem, em Bollywood as coisas podem ser ainda mais difíceis. Num mercado que produz mil filmes por ano há milhares de atores e atrizes, mas são muito poucos os que alcançam a glória. E isso tem relação direta com a prática de idolatria quase religiosa a astros e estrelas. Da mesma forma que um devoto de São Judas Tadeu não será devoto de São Jorge, ou, voltando à analogia com o futebol, dificilmente alguém torce para dois times, tentar se tornar um deus do cinema na Índia não é nada fácil. Se consegue chegar ao Olimpo, no entanto, a consagração é eterna.
Aamir Khan: indianas sonham com o galã número 1 do cinema indiano
Senhores das bilheterias
Como é de se esperar, essa devoção aos astros e estrelas reflete diretamente nas bilheterias dos filmes indianos. Embora o fanatismo se dê em cidades menores ao norte do país e em zonas rurais, mesmo em metrópoles como Mumbai e Nova Déli a disputa dos fãs é acirrada. Para se ter uma ideia, quando a venda de ingressos ou DVD de um filme está menor que outro, fãs promovem campanhas para tentar “vencer” a disputa e ver seu ídolo em vantagem.

A força de um deus do cinema indiano é tanta, que quando está no elenco de um filme todo o resto é dispensável. Não são necessários bom roteiro, efeitos especiais convincentes ou coadjuvantes talentosos. Tudo gira em torno dele e isso basta para fazer da produção um sucesso. Originalidade de roteiro e capricho técnico muitas vezes são vistas como compensações para longas que não têm uma grande estrela no elenco.

Neste status quo do cinema indiano por alterado ao longo de anos, apenas um detalhe vem mudando recentemente. O espectador vem exigindo não só beleza e carisma de seus candidatos a deuses, mas também talento. Esse aspecto vem revolucionado a nova geração de atores do país, que busca aperfeiçoamento numa das muitas escolas de formação de atores abertas nas última décadas no país.
 Aishwarya Rai: beleza que rivaliza com estrelas de Hollywood

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