quarta-feira, 9 de maio de 2012

... e o vento levou

Acredito que este seja, pelo menos até agora, o filme mais antigo que comento neste blog. E apesar da idade avançada, este velhinho é um monstro dos cinemas. Capaz de ainda hoje mexer com o sentimento dos seus espectadores, e agradar por sua qualidade em praticamente todas as áreas. É um fenômeno que se transformou em clássico, daqueles impossíveis de repetir.

Estou falando de um filme de 1939. Mais de 70 anos. Quando a visão do mundo, em meio ao início da Segunda Guerra Mundial era muito diferente do que temos hoje. Os filmes tinham um acabamento diferente. Os atores e atrizes eram estilosos, e muitas vezes totalmente responsáveis pelo sucesso de uma produção. E acredito que o principal destaque de E o vento levou, além de ter Clark Gable e Vivien Leigh como seus protagonistas, duas grandes estrelas do cinema, tinha como diferencial seu roteiro.

É sua história, agradável até hoje, que provoca tanto encantamento. Um filme produzido com tanto preciosismo, que apesar de ser tão detalhista, ainda aflora muita emoção em seus diálogos. É o tipo de produção que justifica a existência de clássicos. Não que seja a melhor, mas é, com certeza, um dos principais filmes feitos até a atualidade. Não existem lacunas, todos os momentos estão lá. O filme oferece paixão, ação, drama, emoção, tudo em um único pacote, encantando seu espectador de uma maneira muito especial.

Hoje em dia ele não se encaixaria nos padrões do cinema moderno. As histórias são muito mais dinâmicas e superficiais. Existem muitos elementos que garantiriam que a produção não seguisse os mesmos moldes. Imagino algo como Avatar. Cheio de efeitos especiais, principalmente para justificar a sua produção. E o vento levou não é nada disso. Ele é um estilo à parte. Seu elenco é grandioso. A qualidade técnica de suas cenas, passagens e direção, é algo inimaginável nos dias atuais. E sua história, tão bem amarrada, que eliminar alguma parte seria um pecado mortal.

O filme conta que às vésperas da Guerra Civil Americana, a voluntariosa Scarlett O´Hara (Vivien Leigh) só pensa em colecionar namorados. Mas, quando perde o homem que ama, Ashley (Leslie Howard), frustra-se e acaba se envolvendo com Rhett Butler (Clark Gable), um charmoso aventureiro disposto a tudo por uma aventura amorosa. A explosão da guerra muda a vida da garota, que perde seus luxos e passa de uma menina mimada a uma mulher forte e decidida. Para levantar a fazenda da família, arrasada pela guerra, Scarlett é capaz de tudo, passando por cima das pessoas que a cercam.

Uma produção muito diferente. Um filme que desperta tantos sentimentos, apesar de ser um veterano das telonas. O elenco é de primeira, sua qualidde técnica é superior a muitos dos filmes que se destacam na atualidade. Enfim, um filme para ser "degustado" de uma maneira muito especial. Não é um filme fácil. Sua história é longa e detalhada, por isso mesmo acaba afastando o tipo de espectador mais acostumado aos imediatismos do cinema atual. Ainda assim, uma sessão imperdível para quem aprecia o verdadeiro cinema.

Apenas uma observação, quando a Rede Globo passou o filme, o dividiu em duas partes, criando uma espécie de minissérie. Ainda lembro de levarmos a TV para o quarto, em casa, para que todos pudessem vê-lo. Isso é simplesmente fantástico!!!


FICHA TÉCNICA

Diretor: Victor Fleming
Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Thomas Mitchell, Hattie McDaniel.
Produção: David O. Selznick
Roteiro: Sidney Howard
Fotografia: Ernest Haller, Ray Rennahan, Lee Garmes
Trilha Sonora: Max Steiner
Duração: 238 min.
Ano: 1939
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Selznick International Pictures / Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Classificação: livre

Nenhum comentário: