quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Até que a sorte nos separe

261549Até que a sorte nos separe atende um pedido meu ao cinema brasileiro: mais ficção e menos histórias reais. Até por isso, já é um grande começo. No geral, o filme é médio, com alguns clichês comuns às comédias atuais (não só brasileiras), um roteiro equilibrado, e aquele acabamento de novela.

Isso não quer dizer que a parte técnica seja ruim. Muito pelo contrário. É aquilo ao qual já estamos acostumados quando assistimos uma produção com o nome da Rede Globo vinculado. Cara de novela, trejeitos de novela, personagens que lembram novela. Mas, repito, nem por isso ruim. É a marca da Rede Globo, sendo assim, difícil mudar.

Leandro Hassum e Danielle Winits, lideram o elenco e até que não vão mal. Confesso que não conheço muitos trabalhos em cinema ou filmes dos dois, e acredito que para uma comédia, até que as coisas caminharam bem. Hassum é o estilo de comediante físico. Suas caretas lembram até o adorável Jerry Lewis em algumas passagens. Pena que em alguns momentos isso fique um pouco forçado, a ponto de querer tirar o riso do espectador a troco de nada, entende? Winits acabou entrando nessa onda em alguns momentos, mas para o estilo dela, a coisa não funcionou tão bem. Mesmo assim, ela não perde espaço e consegue dividir a tela em pé de igualdade com qualquer outro elemento do elenco.

O roteiro é extremamente funcional. Consegue ser divertido, superficial, oferecendo entretenimento agradável sem exigir muito de seu espectador. É mesmo o caso de um filme para uma sessão matinê com a família ou amigos.

No filme, Tino (Leandro Hassum) é um pai de família de classe média que vê sua vida e, especialmente, seu casamento com Jane (Danielle Winits), completamente transformados após ganhar na loteria. O problema é que ele acaba perdendo tudo em dez anos de uma vida de ostentação. A partir daí, com a ajuda do vizinho Amauri (Kiko Mascarenhas) e de seu melhor amigo Adelson (Aílton Graça), ele cria uma série de situações hilárias para que sua esposa, grávida do terceiro filho, não perceba que está falido.

Não é um filme fantástico, mas é uma produção interessante, que se esforça na intenção de oferecer ao seu espectador uma boa dose de divertimento. Acho que funciona, à medida que você assiste o filme de coração aberto, sem criar muitas expectativas ou imaginar que esse será o melhor filme assistido em sua vida. A produção segue todos os moldes e o acabamento de uma novela, e o elenco até que é bastante equilibrado. Sai da velha máxima do "cinema verdade" tão fortemente impregnado nos filmes brasileiros. No geral, é uma comédia leve, que não se prende em detalhes desnecessários. É uma pedida interessante, mas não entra na lista de imperdíveis.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Roberto Santucci
Elenco: Leandro Hassum, Danielle Winits, Ailton Graça, Kiko Mascarenhas, Rita Elmôr, Henry Fiuka, Maurício Sherman, Carlos Bonow, Julia Dalavia, Julio Braga, Marcelo Saback, Vitor Maia
Produção: Fabiano Gullane, Caio Gullane, Debora Ivanov, Gabriel Lacerda
Roteiro: Paulo Cursino, Angelica Lopes
Fotografia: Juarez Pavelak
Duração: 104 min.
Ano: 2012
País: Brasil
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Downtown Filmes, Paris Filmes, RioFilme
Estúdio: Gullane Filmes / Globo Filmes
Classificação: 12 anos

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