sexta-feira, 28 de setembro de 2012

'Brasil terá dois filmes para torcer no Oscar', diz roteirista paulista de filme argentino

Brasil e Argentina terão de colocar a velha rivalidade de lado quando as cinco vagas de melhor filme estrangeiro ao Oscar forem anunciadas, em 10 de janeiro. Afinal, "Infância Clandestina", longa escolhido para representar os portenhos na briga por um lugar na lista final da Academia, é uma co-produção com Brasil e Espanha.
 
"O Brasil terá dois filmes para torcer no Oscar", brinca o roteirista paulista Marcelo Muller, que trabalhou com o diretor argentino Benjamín Ávila e apresentou o longa em Cannes, em uma sessão bastante aplaudida na Quinzena dos Realizadores.
 
"São dois filmes bem diferentes [em comparação com 'O Palhaço'], então acho que estamos somando. Há muitos brasileiros trabalhando em 'Infância Clandestina'", exalta Muller. O longa, além de técnicos do Brasil, tem a participação da atriz paraibana Mayana Neiva.
 
Divulgação
Cena de "Infância Clandestina", de Benjamin Ávila
Cena de "Infância Clandestina", de Benjamin Ávila
 
O longa faz parte da seleção do Festival do Rio e será exibido no dia 7 de outubro, às 19h15, no Cine Odeon. Por coincidência, o maior rival no anúncio da manhã desta sexta-feira (28), em Buenos Aires, também está no evento carioca. "O Último Elvis", de Armando Bo, superou até o prestígio de Pablo Trapero e de seu "Elefante Branco" e ficou atrás de "Infância Clandestina" por um voto apenas.
 
"Tenho uma admiração enorme pelo cinema argentino e um respeito enorme pelos diretores que estavam concorrendo. Mas estou muito feliz com a indicação de hoje", fala o roteirista, que não sabe bem as chances reais do longa conquistar a vaga.
 
"Não faço ideia, mas nosso produtor, Luiz Puenzo, diz que há elementos interessantes em comum com outros filmes indicados previamente. É uma história com crianças em situações extremas, preocupada com o público e com a narrativa", explica sobre a trama de um menino de 12 anos que precisa lidar com as mudanças de vida por causa do pais, guerrilheiros esquerdistas perseguidos pelos militares argentinos.
 
A teoria do produtor não pode ser descartada. A trama apresenta semelhanças com a de "A História Oficial", do próprio Puenzo, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1986 --foi a primeira vez que o cinema latino levou o prêmio em Hollywood.
 
"Infância Clandestina", coproduzido pela brasileira Academia de Filmes, as argentinas Historias Cinematográficas e Habitación 1520, e a espanhola Antartida, deve estrear no país em janeiro, distribuido pela Imovision.
 

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