sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Conan, o Bárbaro

O mundo mudou... o cinema mudou... e por que, então, Conan também não mudaria? Difícil pensar em um remake que siga os mesmos moldes de suas antigas versões. Quer seja por mudanças no roteiro, quer seja pela inclusão de efeitos especiais mirabolantes, todas as releituras de filmes das antigas costumam ganhar uma nova roupagem.

E o que o original de Arnold Schwarzenegger tem de especial, que o novo Conan não tem? Bom, na verdade, muita coisa. A começar pelo diálogo ou, antes disso, uma voz. Arnold fazia de Conan um herói mudo. Investia na ação. Investia no seu jeitão troglodita, apostando no título de campeão de fisiculturismo. O filme parecia uma apologia à sua própria força.

O "novo" herói mantém o pique fortão, mas agora se arrisca em alguns diálogos. Mais do que um herói, Conan é o tipo de personagem dos quadrinhos que faz o bem, mas que trabalha em sua própria causa. É daqueles que busca vingança com as próprias mãos e, para isso, não imagina que alguém possa dificultar seu caminho.

A produção ganhou algum embelezamento. Caprichou na fotografian, investiu em efeitos e cenas mais detalhadas. Seu elenco consegue fazer a história caminhar adequadamente. Sem destaques, senão para o próprio protagonista, segue bem a linha do original e não arrisca com atuações fora daquilo que, provavelmente, foi previsto.

É no roteiro que o novo Conan muda. Ele ganha novos personagens. Embora siga a essência de seu original. Se aproxima da história em quadrinhos. Fica mais violento, e aposta na ação para salvar uma trama que não tem a profundidade necessária para atrair a atenção do seu espectador. Como o original, é um filme que garante alguma dose de entretenimento, mas que não consegue fazer a audiência gostar, de fato, do que acontece na tela. É pra ser visto, acompanhar a ação do protagonista, mas sem se entusiasmar, imaginando que algo melhor possa acontecer em uma provável sequência (ou não).

O filme é uma refilmagem do longa-metragem de John Milius de 1982 recria a história de Conan (James Momoa), que vive no continente Hyboria e sai em missão que irá vingar a morte de seu pai (Ron Perlman) e o massacre da aldeia onde vivia. Na jornada, torna-se o grande defensor para a sobreviência da nação.

Uma produção simples, crua, que apela para a violência como valor da sua ação. Não é um filme fácil, daquele que atrai o público e garante a satisfação de todos. Creio que pela curiosidade, de saber como ficou a refilmagem, valha uma tentativa de assistir. O original de Arnold ganhou alguns pontos, pelo ineditismo, pela surpresa. O mesmo não pode se dizer dessa nova tentativa de ressucitar o herói. A história se aproxima do original das HQs, mas não consegue ter a profundidade da história, e se transforma num filme pra quem curte uma dose extra de sangue. Pra assistir sem muita exigência. Talvez faça algum sucesso na Sessão da Tarde, num futuro não muito distante.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Marcus Nispel
Elenco: Rachel Nichols, Rose McGowan, Stephen Lang, Ron Perlman, Jason Momoa, Leo Howard, Bob Sapp.
Produção: Boaz Davidson, Joe Gatta, Avi Lerner, Fredrik Malmberg, Les Weldon
Roteiro: Thomas Dean Donnelly, Sean Hood, Joshua Oppenheimer
Fotografia: Thomas Kloss
Duração: 115 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Califórnia Filmes
Estúdio: Lionsgate Films / Millennium Films / Nu Image Films
Classificação: 16 anos

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